AMIGOS de ANDRÉ MUSTAFÁ

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

VIDEO VOCACIONAL

Esse vídeo documenta a segunda parte do trabalho desenvolvido pelo Artista Orientador André Mustafá, no Programa Vocacional da Secretaria de Cultura e Educação de São Paulo. As Imagens são da unidade do Centro de Estudo Unificado CEU Rosa da China, no bairro de Sapopemba, zona leste, na qual Mustafá foi designado para as orientações junto a esses jovens vocacionados.




Aqui os vocacionados experimentam algumas técnicas de teatro para a construção e abordagem de cenas com teor trágico. Exercícios que fazem "acordar" elementos corporais e vocais que possibilitam a cada um, de sua forma particular, se expressar com raiva, ódio, desprezo, violência, rancor e com um silencio cheio de gritos. O olhar fixa com mais vigor o parceiro de cena de certa forma transforma-se em adversário de maneira que todos fertilizam o solo da cena com seus medos mais profundos. Um ajudando o outro a se revelar! As improvisações tomam corpo autônomo e se reescrevem de maneira muito natural no tempo e no espaço, permitindo a reflexão pratica do fazer artístico.






Ser um adversário é intuir o outro no campo das adversidades e nada mais contraditório do teatro que a estabilidade. Assim o Artista Orientador traz a problemática e não a solução, para que os vocacionados possam desatar os nós ou refazê-los ainda mais endurecidos e tensos. Não importa aqui ter a experiência hollywoodiana do final feliz; pouco importa se conseguem sair dos labirintos que eles mesmos se colocam. Mas como fazem para travar diálogos potencialmente ricos que os fazem viver (cenicamente) nos estado trágico. A tragédia é reveladora!





As cenas desenvolvidas foram filmadas e posteriormente analisadas pelos vocacionados surpresos de suas habilidades criativas. Os vocacionados, por meio da ferramenta videografica, observaram o fazer teatral não só pela palavra falada, mas pela pausa onde a intervenção do olhar, da respiração, do gesto quase imperceptível... Tornaram presente e condensado o trabalho do interprete do corpo e da voz. O território do sensível, e suas inúmeras escrituras dramáticas, se espalhavam para alem do palco, da fala articulada, do gesto obvio e invadia os campos invisíveis que a platéia recriavam em códigos.




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