VIVA A LATINO AMÉRICA!!!!
A Galeria Marta Traba traz a exposição New Brasil, Bolívia Now é André Mustafá foi lá no Memorial da América Latina pra conferir. A Mostra recebeu vários artistas, brasileiros e internacionais, que vieram participar de oficinas e mesas de debates. Até o momento, cerca de quinze mil pessoas visitaram a exposição.
A arte boliviana é conhecida internacionalmente pelo seu caráter folclórico e popular, reproduzindo a imagem de um país festivo e tradicional, arcaico e simples, feliz e pacífico. Entretanto, essa imagem reflete apenas uma parte do que é esta complexa sociedade, onde convivem simultaneamente os elementos populares (que ainda realmente são parte do cotidiano boliviano) e as transformações pós-modernas da vida contemporânea.
Na Bolívia, onde o plano da modernidade nunca foi concretizado de uma maneira sólida, as descontinuidades temporais na construção da hierarquia social, nos leva à pergunta: Existe arte contemporânea na Bolívia?
A maior exposição coletiva de arte boliviana já realizada no exterior com a participação de 13 artistas. A exposição é complementada com brasileiros e outros estrangeiros (Alemanha, Uruguai, Chile, Colômbia e Argentina) que tiveram papel importante na arte na Bolívia. Quais os critérios que definem a arte contemporânea? O que deve conter uma sociedade para que possamos denominar tal ou qual arte como contemporânea, não apenas no sentido de ser uma arte realizada nos dias de hoje, mas conectada com o processo do desenvolvimento artístico global? É preciso ter um mercado de arte, uma escola de arte, uma periodicidade de Bienais de Arte, uma história da arte?
Não responderemos a questão de imediato, mas em meio às contradições da sociedade boliviana – e por que não latina americana – é possível identificarmos algumas tendências iniciais. De um lado a cena artística boliviana atinge uma maturidade irreversível, e de outro, se revela a nossa inocência brasileira frente à arte contemporânea praticada na América Latina.
A cada experiência nova que vivemos perdemos e ganhamos algo, e neste processo da ingenuidade à maturidade, múltiplas «inocências» devem ser desveladas, rompidas e superadas numa dialética contínua, mas marcada – contraditoriamente – por momentos chave. Nesta paisagem se forma este novo discurso, e através de rupturas e descontinuidades, diversas inocências se sobrepõem. Estas inocências sobrepostas nos conduzem a uma exposição não apenas ilustrativa ou panorâmica, mas investigativa e crítica.
A idéia generosa de solidariedade e união latino-americana é tão antiga quanto as lutas no séc. XIX de Simón Bolívar, José Martí e San Martín por um continente livre e fraterno. A “Pátria Grande” vislumbrada por eles, porém, ficou esquecida no passado. Nos anos 80 do séc. XX, especialmente os brasileiros precisavam redescobrir a América. Os hispano-americanos também pareciam desconhecer a proximidade histórica, lingüística e cultural de seus vizinhos de língua portuguesa.
Era preciso lembrar quem somos a nós mesmos. Para isso foi inaugurado em 18 de março de 1989 o Memorial da América Latina, com o conceito e o projeto cultural desenvolvido pelo antropólogo Darcy Ribeiro. Assim, o Memorial nasceu com a missão de estreitar as relações culturais, políticas, econômicas e sociais do Brasil com os demais países da América Latina.
O vídeo a seguir é o segundo trabalho da Série Mulheres Brasil de André Mustafá.
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