AMIGOS de ANDRÉ MUSTAFÁ

terça-feira, 14 de setembro de 2010

POESIA JAPONESA


André Mustafá teve o seu curriculum selecionado pela Fundação Nacional de Artes (Funarte), para participar da etapa paulistana do Circuito Interações Estéticas. O referido Circuito é um desdobramento do Prêmio Interações Estéticas, promovido pela SCC/MinC e Funarte. Foi no Complexo Cultural Funarte São Paulo; Galeria Flávio de Carvalho que Mustafá teve contato com a professora e escritora Carol Ribeiro, o seu livro " Outras Nuvens" e assim as menores poesias do mundo; o Haicai, ou como costumam chamar os franceses Haikai ou do tradicional japonês Haiku.



Haicai é um poema de origem japonesa, que chegou ao Brasil no início do século 20 e hoje conta com muitos praticantes e estudiosos brasileiros. Autores ocidentais tendem a definir o Haicai como um poema de 17 sílabas dispostas em três linhas de 5, 7 e 5 sílabas métricas. O Haicai deve oferecer um momento de reflexão, de forma que cause no leitor, uma sensação de descoberta. Esse momento está para o Haicai, assim como o Satori está para o Zen e o Nirvana está para o Budismo. O Haicai também deve conter um Kigo, palavra que se refere a uma das estações do ano, que indica quando foi escrito. O tema do Haicai é principalmente observações de cenas que acontecem na natureza. À medida que o haicai ganhava a simpatia dos ocidentais, algumas de suas características foram sendo deixadas de lado, enquanto que outras foram sendo incorporadas à sua forma. Isto fez com que o haicai fosse moldado ao gosto de seu praticante, conforme as influências literárias de sua cultura.


Será que o número de sílabas realmente importa, ou as letras maiúsculas usadas no início de seus versos garantem maior fidelidade à forma? Qual a importância da pontuação em um Haicai? Qual a relação entre Haicai e Zen? Por que é preferível não usar a personificação em um Haicai?
Vanessa Y. Murakawa (UNESP) escreveu um artigo que entre outras coisas menciona: “(...)Desenvolver a escrita, a criatividade e a observação pela poesia e arte; produzir Haikais e suas retratações a partir de diferentes materiais e método; observar a natureza e adquirir consciência da preservação do meio ambiente. (...) As atividades de Haikai foram realizadas em uma escola de ensino fundamental da cidade de Bauru, com alunos de I ciclo. O resultado do nosso trabalho foi a utilização de Haikais como instrumento de ensino importantíssimo para ser trabalho nas escolas, pois quando o Haikai é escrito por uma criança, ela está refletindo seu coração e sua mente em toda sua inocência e sinceridade, sua rica imaginação mostra seu sentimento poético do mundo, levando em consideração os benefícios do conhecimento de formas poéticas e artística da cultura japonesa”. / Artigo: (“Haikai: Uma Forma de Aproximação e Conhecimento da Cultura Niponica.”)


Outras Nuvens” é um livro de haicais, resultado de um prêmio do Programa de Ação Cultural do Estado de São Paulo, ligado à Secretaria da Cultura, que contemplou 30 autores paulistas, entre eles a autora e professora Carol Ribeiro.


Sobre a autora Ana Carolina Ribeiro, Carol Ribeiro, nasceu em 1968, é poeta e haicaísta e membro da haicai-l, mais atuante lista de discussões na internet sobre o tema. Tem poemas e haicais publicados nas antologias “Tempo de Poesia”, de 2003, “Poesia Só Poesia”, de 2004, ambos da editora Novas Letras, e no livro “Japão”, coleção viagem pela geografia, editora Ática, 2005. Se dedica à poesia desde sempre, tendo nos últimos oito anos se relacionado com outros poetas e compositores, com quem desenvolve projetos de poesia e imagem. Desde 2007 tem uma produtora em São Paulo que desenvolve projetos na área de sustentabilidade para as mais diversas mídias, entre eles roteiros para o programa de TV “Ecoprático”, da TV Cultura.



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